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Publicado em: 19/02/2009
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Encontro das FAPs, CNPq e MS no Rio define programa de Rede Malária

Vinicius Zepeda

No encontro das FAPs, na sede da Fundação,definiram-se
pontos básicos para o funcionamento da Rede Malária

Vinte milhões em recursos,que poderão ser aumentados, lançamento de edital para final de março e prazo de até cinco anos para o desenvolvimento de projetos. Esse foi o resultado do encontro que reuniu, no dia 13 de fevereiro, na sede da FAPERJ, representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de quatro Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) – Amazonas, Pará, Minas Geraise Rio de Janeiro – para a criação da Rede para estudo da Malária. Além dessas FAPs, também integrarão a rede as Fundações dos Estados de Mato Grosso, Maranhão e São Paulo, totalizando sete FAPs. Na ocasião, foram definidos os aspectos básicos do programa com que se pretende canalizar os resultados de pesquisas científicas integradas sobre a doença para a implementação de políticas públicas de saúde.

Recepcionados pelo diretor-presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques, estiveram presentes José Oswaldo Siqueira (Diretor de Programas Temáticos e Setoriais), Ana Lucia Assad (Assessora da Presidência), Carlos Pittaluga (Assessor de Cooperação Nacional), Daniel Alves, e Manuel Barral Neto, pelo CNPq; Luís Eugênio Portela de Souza (Diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde – Decit) e Thenille Faria Machado do Carmo (Assessora do Decit), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde; Odenildo Teixeira Sena (Presidente do Conselho Nacional de Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa – Confap e Presidente da Fapeam), Elisabete Brocki (diretora científica da Fapeam), Ubiratan Holanda (Presidente da Fapespa), Sanclayton Moreira (diretor científico da Fapespa), Flaviana Vieitas (Procuradora Chefe da Fapespa) e Mario Neto Borges (Presidente da Fapemig).

Durante a reunião, que deu seguimento aos encontros de uma primeira fase de discussões para definir o formato do programa, foram acertadas questões fundamentais, como recursos e prazos para o funcionamento da Rede. Um dos pontos que mais se enfatizou na rede foi a integração entre pesquisas e demandas da sociedade, na área de saúde. "Na Rede Malária, as pesquisas se voltam tanto para o desenvolvimento de vacinas e mapeamento genético de vetores, quanto para o aprimoramento de serviços de atendimento à população. Ou seja, há o compromisso com soluções para o controle e tratamento da doença", enfatizou Siqueira.

"Temos visto pouco impacto dos resultados de pesquisas científicas em curso atualmente sobre a situação do país. Precisamos acelerar não apenas a formação da rede, mas o desenvolvimento de pesquisas específicas e a aplicação imediata de seus resultados na implementação de políticas públicas junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). Tudo isso é da maior relevância", ponderou o representante do ministério, Luís Eugenio.

Segundo Luís Eugenio, é preciso estabelecer como meta a redução, até 2011, de 40% no número de novos casos da doença e de 10% nas internações. "Esta seria uma forma de demonstrar o impacto da pesquisa científica sobre as políticas de saúde", afirmou. Para que isso aconteça, o representante do ministério enfatizou a "necessidade cada vez mais urgente dese criar mecanismos para transferência de conhecimento, tanto para os órgãos de saúde nos vários níveis de governo quanto para a indústria".Ele ainda acrescentou: "E, principalmente, mostrar o retorno desses investimentos para a sociedade."

Como lembrou o professor Odenildo Senra, a Rede Malária surgiu a partir de demanda levantada pelas FAPs, particularmente a do Amazonas. "E já estamos nos encaminhando rapidamente para acertar os detalhes pendentes do edital", falou. Como endossou Siqueira, a expectativa com a criação da Rede Malária é grande. "Nunca tantas instituições sereuniram para uma única ação", observou. Mesmo estados em que não há incidência da doença se prontificaram a dar sua contribuição", acrescentou.

O primeiro dos pontos debatidos foi com relação ao montante total do programa e a definição de quanto seria disponibilizado como aporte inicial. Considerando-se que, a princípio, os gastos são maiores com a capacitação de mão-de-obra e a própria estruturação dos grupos de pesquisa, ficou definido que esse primeiro aporte de recursos será de R$ 20 milhões, disponibilizados pelo Ministério da Saúde, CNPq e FAPs. A partir de avaliações anuais, aqueles projetos que apresentarem bons resultados poderão ter o seu prazo dilatado, para até cinco anos, situação em que serão aportados mais recursos financeiros pelos participantes.

"Queremos financiar uma rede que permita racionalizar recursos e procedimentos, não grupos de pesquisa. Caso contrário, fica difícil gerir os resultados, que em muitos casos terminam pulverizados. É neste sentido que a idéia da rede é inovadora. A palavra de ordem que me passa pela cabeça é racionalização", falou o presidente da Fapeam. A integração dos projetos – e os subprojetos que abrange - será, por sinal, um dos elementos analisados no julgamento das propostas. "Na nossa concepção, esses subprojetos devem operar em sintonia. Para isso, vamos também propor mecanismos de interatividade", complementou Siqueira.

Divulgação Fiocruz
Mosquito do gênero Anopheles, transmissor da malária,
doençaque fez mais de 300 mil casos, em 2008, no país
Outra questão levantada foram os investimentos internacionais para pesquisas e para o desenvolvimento de uma vacina, além de uma busca maior por parte de pesquisadores brasileiros por essas verbas. "Entre as doenças negligenciadas, a que mais recebe recursos internacionais é a malária. Mas no Brasil são poucas as tentativas de também concorrer a esses recursos. Devemos lembrar os investimentos de Bill Gates para a elaboração de uma vacina contra a malária, doença endêmica na África. Precisamos nos integrar à rede internacional", advertiu Barral, um dos coordenadores da rede a ser formada.

Para o diretor-presidente da FAPERJ, Ruy Marques, o encontro foi de grande importância, já que nele se conseguiu chegar aos acertos finais para o programa: "Acredito que seja por meio do entendimento entre as FAPs e as agências federais de fomento à pesquisa que chegaremos a elaborar estratégias de real valor para o enfrentamento de diversas dessas doenças negligenciadas. A FAPERJ já tinha desenvolvido uma linha de ação sobre essa e outras doenças, como a dengue, lançando em 2008 um edital com R$ 10 milhões, mas a interação entre pesquisadores de diversos estados poderá levar, sem dúvida, a uma efetividade maior nesse estudo". Marques acrescentou que "a FAPERJ se sentiu muito honrada em poder sediar um encontro de tal valor, com representantes do CNPq, do Decit-MS e das FAPs".

Discutiu-se, ainda, a criação de uma nova rede, desta vez para estudo sobre a dengue. A proposta refletia a preocupação do grupo com a possibilidade de recrudescimento dessa outra doença negligenciada diante da intensidade das chuvas desteverão em todo o país, o que cria um ambiente favorável à proliferação do mosquito Aedes egypti. Ficou acertado, no entanto, que a dengue seria foco de uma outra rede específica, com recursos e programa próprios, ainda a serem discutidos.

Um dos maiores problemas de saúde pública no mundo

Embora seja uma enfermidade muito antiga, a malária ainda é um dos maiores problemas de saúde pública do mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é a doença tropical e parasitária que mais provoca problemas sociais e econômicos no mundo. Noventa por cento dos casos são registrados na África, embora 40% da população mundial – ou o equivalente a 2,5 bilhões de indivíduos – corram risco de contaminação. A cada ano, morrem cerca de dois milhões de pessoas. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, apenas em 2008, o número de casos atingiu 306.347, 99% deles registrados na região da Amazônia Legal, que abrange Amazonas, Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. No Nordeste, foram 4.765 casos; no Centro-Oeste, 3.964; no Sudeste, 391; e Sul, 107.

Doença infecciosa, provocada por protozoário do gênero Plasmodium, a malária é transmitida pela picada de mosquito do gênero Anopheles, ou por transfusão de sangue infectado. Os sintomas são intenso calafrio seguido de febre alta, vômitos, dores de cabeça e musculares, taquicardia e, por vezes, delírios. Se não for tratada a tempo, pode levar à chamada malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença.

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