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Publicado em: 05/02/2009
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UFRJ desenvolve primeiro trem de levitação magnética do país


Débora Motta

 

                                                                          Divulgação

  
 Trem que levita devido a campo magnético será construído
  em tamanho real no Fundão e vai interligar todo o campus

O Brasil vai ganhar seu primeiro trem de levitação magnética. O veículo, que vai voar sem asas, foi batizado de MagLev-Cobra por ser totalmente articulado, inserir-se em curvas de 30 metros de raio e ser capaz de vencer declividades de 15%. Ele está sendo desenvolvido, com o apoio da FAPERJ, pela equipe do Laboratório de Aplicação de Supercondutores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasup/UFRJ), da Escola Politécnica e do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe). O projeto de instalação do trem, que vai se mover graças a um campo magnético alimentado por eletricidade, também prevê a implementação do veículo em todo o campus da Ilha do Fundão, até 2011.

 

No Rio de Janeiro, o MagLev terá uma aplicação inédita: está sendo projetado para ser uma alternativa ao transporte urbano. “Nossa proposta não existe ainda no mundo porque é voltada ao transporte urbano, que exige baixa velocidade para curtas distâncias. Na Alemanha e no Japão, por exemplo, os trens de levitação magnética são voltados principalmente para o transporte em alta velocidade e de longas distâncias”, explica o coordenador do estudo, Richard Stephan. “Ninguém ainda ousou fazer um trem de levitação magnética em escala real com esse objetivo porque não se percebeu a vantagem de sua utilização para o transporte urbano”, acrescenta.

 

A tecnologia do trem de levitação magnética é baseada na formação de um campo magnético de repulsão entre os trilhos e os módulos de levitação (pastilhas supercondutoras que substituem as rodas e são formadas de ítrio, bário e cobre). Para criar este campo magnético, que faz o trem levitar, os cientistas resfriam os supercondutores de elevada temperatura crítica a 196 C negativos, com nitrogênio líquido. “O trem começou a ser desenvolvido em 1998, no Lasup, em parceria com o engenheiro de transportes Eduardo David e com o fundador do laboratório, Roberto Nicolsky”, lembra.

 

Para testar o trem, que dispensa rodas, o projeto foi dividido em várias etapas. “Na primeira fase, já construímos um modelo em escala reduzida para experimentos. O próximo passo é fazer um protótipo do trem em escala real, para operar em uma linha de teste de 114 metros, no Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ”, diz Stephan. Depois que a experiência passar no teste inicial em curso, o MagLev deve atender ao transporte coletivo de toda a extensão da cidade universitária.

 

A proposta é parte das soluções contempladas no Plano Diretor UFRJ 2020 para o transporte interno no Fundão. O MagLev deve substituir parte da frota de ônibus que atendem à comunidade acadêmica no campus, circulando com capacidade de transporte de 254 passageiros por viagem. “A segunda etapa será a construção do trem em todo o campus, expandindo a linha para 4 km. Ele vai interligar os extremos da cidade universitária, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) à reitoria”, diz o professor.

 

Alternativa para o transporte urbano carioca

 

O projeto é ainda mais ambicioso. O trem pode beneficiar o transporte público de vários pontos do Rio de Janeiro. A terceira fase seria a ligação entre o Aeroporto Internacional, na Ilha do Governador, e o Aeroporto Santos Dumont, no Centro. “É uma proposta para resolver o velho problema do transporte carioca de interligação entre os aeroportos. Seria de fácil inserção nas vias urbanas, já que o trem é leve e utilizaria vias elevadas. Além disso, ele poderia fazer paradas na Rodoviária Novo Rio, na Praça Mauá e na Praça XV”, considera.

 

     Divulgação                                                             

          
    MagLev terá custo de implantação equivalente a 1/3 do
    custo do metrô do Rio e velocidade média de 70 Km/h
 
O MagLev terá uma velocidade de 70 km/h, similar a do metrô em circulação no Rio, mas com a vantagem de ser mais rápido e não poluente. “Será uma oportunidade para mostrar que o veículo é eficiente, seguro e pode vir a ser uma boa alternativa para os centros urbanos”, destaca. “Ele vai consumir metade da energia que um trem elétrico utiliza para se mover porque ele é mais leve e tem menos atrito”. 

 

Outro grande benefício do novo transporte seria o preço. “O custo de implantação do protótipo em tamanho real equivale a apenas 1/3 do custo do metrô e a circulação é mais econômica do que a de um trem urbano convencional”, ressalta Stephan. E prossegue: “Seria mais barato de construir porque não exige um túnel debaixo da terra. O MagLev também será um transporte silencioso e poderá se movimentar dentro das vias urbanas, no máximo com a construção de linhas elevadas.”

 

Para a realização do projeto, está previsto o financiamento de 4,7 milhões da FAPERJ. A aplicação do MagLev para interligar os aeroportos e até outros pontos da cidade, no entanto, ainda depende do sucesso do projeto dentro do campus do Fundão e de outros investimentos. “Precisamos dar o primeiro passo seguro para mostrar o valor dessa nova tecnologia. Estamos negociando também apoio do BNDES e do MCT. No futuro, o projeto será excelente para possíveis parcerias público-privadas”, conclui.

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