Débora Motta
Antonio Ponce de Leon |
Poluição atmosférica envolve o estádio do Maracanã |
De acordo com uma observação surpreendente do estudo, os efeitos negativos da poluição do ar para a saúde dos cariocas são mais graves do que para os paulistanos. “Os efeitos relativos da poluição atmosférica na saúde respiratória dos moradores do Rio de Janeiro são piores do que
A cultura carioca de praticar exercícios e fazer passeios ao ar livre talvez contribua para uma maior exposição aos efeitos nocivos da poluição urbana. “Minha interpretação é que,
Respirar um ar carregado de poluentes todos os dias traz conseqüências que, cedo ou tarde, são percebidas pelo organismo. Doenças respiratórias e cardiovasculares são as mais relacionadas aos efeitos da poluição, que atua como um fator de risco complementar à saúde. “Os efeitos mais comuns da má qualidade do ar são irritação nos olhos e nas vias aéreas, mal-estar e crises de asma, que se intensificam nos dias mais poluídos. Também podem ocorrer, a médio ou a longo prazo, doenças que nem sempre apresentam relação direta com a poluição, como o aumento da pressão arterial, derrames e até paradas cardíacas”, aponta Antonio Ponce de Leon. Ele acrescenta que os indivíduos que mais sofrem com a poluição atmosférica são as crianças e os idosos. “No Rio, uma média de 11 idosos morre por dia devido às doenças respiratórias.”
Antonio Ponce de Leon |
Névoa cinza gerada pela poluição encobre o Pico da Tijuca |
Durante a pesquisa, foram analisadas informações de todos os monitores automáticos dos poluentes do ar disponíveis na cidade – dois da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), localizados em Jacarepaguá e na Av. Presidente Vargas; e cinco da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, distribuídos em Copacabana, Tijuca, São Cristóvão e Centro, além de uma unidade móvel. “Entre os bairros analisados, os que têm pior qualidade do ar são Centro e São Cristóvão. Copacabana, Jacarepaguá e Tijuca apresentaram índices de poluição atmosférica mais baixos, mas às vezes com picos”, diz.
Apesar de existirem locais com ótima qualidade do ar no estado do Rio de Janeiro, como Parati e Itatiaia, a região fluminense tem áreas de ar bastante poluído devido às atividades industrial e extrativista e ao tráfego intenso de caminhões e outros veículos pesados. “A Baixada Fluminense tem a atmosfera bem poluída devido às indústrias e às grandes rodovias, como a Linha Vermelha e a Dutra. No Sul Fluminense, Volta Redonda, Porto Real e Resende são municípios tipicamente industrializados e poluídos”, diz Antonio Ponce de Leon.
Outro aspecto apontado no estudo, em parceria com universidades latino-americanas, é a poluição atmosférica nas principais metrópoles da América Latina. “Cidade do México, Santiago do Chile, São Paulo e Rio são as capitais com o ar mais poluído do continente. Entretanto, outras metrópoles latino-americanas, inclusive muitas brasileiras, podem ter problemas de saúde relacionados com a qualidade do ar. A ausência de redes de monitores de poluição atmosférica em várias destas metrópoles não permite avaliar o quadro completo do problema na América Latina”, conclui.
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