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Publicado em: 23/10/2008
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Projeto de identificação de flores auxilia preservação da Mata Atlântica no Rio


Vinicius Zepeda

J. Miguel 

       
     Excursões à estação nos finais de semana serviram para
     identificar e catalogar as espécies vegetais encontradas


Apesar de pequeno se comparado a outros estados brasileiros, o Rio de Janeiro é um dos locais do país em que a Mata Atlântica está melhor representada. Desta forma, iniciativas elaboradas com o intuito de preservar as florestas da região têm obtido cada vez mais importância nos últimos anos. Pensando nisso João Rodrigues Miguel, botânico e pesquisador da Universidade do Grande Rio Professor José de Souza Herdy (Unigranrio), vem coordenando desde o ano passado, um projeto voltado para a identificação da flora nativa da Estação Ecológica Estadual do Paraíso. O trabalho conta com o apoio da FAPERJ. “Localizada entre os municípios de Guapimirim e Cachoeiras de Macacu, a cerca de cem quilômetros da capital fluminense, a estação abriga as nascentes dos rios Caboclo, Anil e Paraíso, que alimentam o abastecimento de água de toda aquela área e de boa parte da Baixada Fluminense”, explica o pesquisador.

A Estação Ecológica Estadual do Paraíso encontra-se dentro dos limites do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ) – local de referência no Brasil para o estudo, manutenção e reprodução de primatas não humanos da Mata Atlântica. O projeto tem se desenvolvido com a ajuda de outros pesquisadores e estudantes da Unigranrio, além de profissionais de outras instituições. Num primeiro momento, foi realizado um levantamento bibliográfico para o desenvolvimento da pesquisa. “Depois disso, partimos para o trabalho de campo em excursões nos finais de semana à Estação Paraíso, onde alunos e pesquisadores ficaram alojados nas dependências do CPRJ. Ali realizamos coletas de espécies vegetais nos meses de março, julho, outubro e dezembro de 2007 e abril, junho e agosto de 2008”, recorda João Miguel.

Segundo o botânico, a escolha dos meses se deu com vistas a acompanhar os períodos de fertilidade das espécies vegetais. “As coletas foram realizadas com o auxílio de tesouras de poda, podões, sacos plásticos, binóculos, máquina fotográfica e fita crepe”, explica João Miguel. “As flores foram identificadas com a ajuda de lupas, chaves de identificação e bibliografia especializada. Para algumas espécies foram consultados especialistas do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (IPJBRJ). Em seguida, o material passou por um processo técnico de desidratação e depois foi incorporado à coleção científica do Herbarium Brandeanum (HB) – criado por um colecionador particular e atualmente mantido por uma sociedade nas dependências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)”, acrescenta.

Além de fazer um levantamento das espécies florísticas nativas da região, o trabalho coordenado por João Miguel serviu também para ampliar o acervo do Herbarium Brandeanum e criar um herbário didático próprio para a Unigranrio. Durante o processo de inventário das espécies, além de identificadas pelo nome científico, elas recebem também o nome popular, dados bibliográficos e status ambiental. “Outra iniciativa que será desenvolvida é a conscientização da população local para a importância de se preservar a região por meio de palestras e seminários junto aos moradores”, fala o botânico. “Com base no inventário destas plantas, também proporemos um plano de setorização natural junto ao CPRJ, como forma de auxiliar a recomposição da flora, e promover as ações conservacionistas que se façam necessárias”, afirma.

"O número de espécies de pteridófitas – vegetais comumente utilizados na ornamentação de ambientes como as samambaias e as avencas, por exemplo – identificadas deve colocar a área de estudo em terceiro lugar no estado, no que diz respeito à riqueza deste importante táxon. Assim, cabe a nós chamar a atenção para os subsídios importantes para a preservação que nosso projeto está gerando. Pois, apesar da Estação Paraíso ser uma unidade de conservação de proteção integral, problemas específicos da área podem colocar em risco o futuro da região”, afirma o botânico. “Por último, vale destacar que a preservação deste remanescente de Mata Atlântica se faz extremamente necessária. Esta vegetação serve como corredor ecológico para espécies animais e vegetais entre o Parque Nacional da Serra dos “rgãos, Parque Estadual de Três Picos, Estação Ecológica Estadual do Paraíso e Reserva Ecológica de Guapiaçu”, conclui.

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