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Publicado em: 06/06/2008
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Ciência e sociedade juntas contra a dengue

 Divulgação/ABC
        
   Mesa de abertura do workshop reuniu autoridades na ABC
De um lado, a falta de saneamento básico e a ineficiência do poder público em tomar medidas efetivas para o controle do Aedes aegipty – fatores considerados fundamentais para a eclosão da epidemia de dengue que neste verão tomou conta do estado do Rio de Janeiro. Do outro, a preocupação da comunidade científica em cada vez mais voltar à produção de conhecimentos para a resolução dos problemas da sociedade. Essas foram a tônica do workshop organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), em sua sede, no Centro do Rio, na manhã desta quinta-feira, 5 de junho. Com Ciência e Tecnologia para o Combate à Dengue, que prossegue nesta sexta-feira, 6 de junho, a ABC buscou a contribuição da ciência para uma questão específica. Ou, nas palavras de Paulo Buss, presidente da Fundação Oswaldo Cruz, "A ABC está entrando no coração de um furacão, que é a dengue, e procurando discutir em tempo real um problema da nossa sociedade".


Além do presidente da casa, Jacob Palis, e de Paulo Buss, o evento contou com a presença do secretário de Ciência e Tecnologia do estado, Alexandre Cardoso; do diretor-presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques; do diretor científico e também membro da ABC, Jerson Lima; do presidente da Academia Nacional de Medicina, Marcos Moraes; do ex-secretário fluminense de C&T e o diretor de projetos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), Wanderley de Souza; e de Celso Melo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Para Jacob Palis, com mais este evento, a ABC não apenas refletia a preocupação com um "tema candente e relevante para a sociedade fluminense, já que o estado foi dos que mais sofreu com a recente epidemia de dengue, mas também mostrava o interesse da academia em estudar e debater as questões de maior importância para o país, como já vinha fazendo com um projeto sobre a Amazônia". Na mesma linha, o secretário Alexandre Cardoso falou como "foi por pura negligência e irresponsabilidade do poder público que a dengue ocupou um debate como esse". Ele foi um dos que bateu na tecla do saneamento. "Investimentos nessa área há 10, 20 anos, evitariam que o problema da dengue ocupasse os jornais de 2008. O que não seria questão de saúde acaba caindo no colo da medicina para ser resolvido", falou. Para Cardoso, além da contribuição da ciência, é preciso também haver investimentos nas várias áreas, do saneamento à educação.

O presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Buss, também endossou o aspecto da contribuição da ciência. Ao comentar algumas das linhas de pesquisa sobre dengue que vêm sendo desenvolvidas na Fiocruz, ele frisou que uma das grandes questões contemporâneas é justamente a de materializar e transferir o conhecimento produzido nas instituições de pesquisa. "Problemas globais, como é o caso da dengue, exigem respostas globais", falou. Para Buss, é preciso que o poder público tenha capacidade de agir nas várias frentes – não só na saúde, mas na questão da coleta adequada de lixo, por exemplo. "E em todos esses papéis, ele pode ser poderosamente auxiliado pela ciência."

       Divulgação/ABC
        

         Da esq. para a dir.: Marcos Moraes, Ruy
          Marques, Celso Melo e Jerson Lima

O diretor-presidente da FAPERJ, Ruy Marques, preferiu falar das iniciativas para buscar soluções. "O fato de estarmos vivendo uma fase de trégua da dengue não significa que esteja afastada a possibilidade de novas epidemias. Neste caso, a Fundação vem fazendo a sua parte, apoiando pesquisas de vulto no tema", falou. Marques citou especificamente o edital de número 10, de Apoio ao Estudo de Doenças Negligenciadas e Reemergentes, que está aplicando R$ 10 milhões em pesquisas sobre doenças como tuberculose, leptospirose, doença de Chagas, malária, febre amarela, hanseníase e outras. "Desse total, 30% são destinados exclusivamente à dengue. É o maior orçamento já disponibilizado por uma Fundação de Amparo à Pesquisa (FAP) no país para este grupo de doenças", destacou. O diretor-presidente falou ainda de outras iniciativas, como o trabalho educativo voltado para a difusão do controle dessas doenças, como a cartilha Tudo que Você Precisa Saber sobre a Dengue, organizada pela Secretaria de Ciência e Tecnologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e FAPERJ. "E estamos abertos a outras propostas que possam diminuir a doença no país", frisou.

Wanderley de Souza, do Inmetro, destacou a importância do controle de vetores, que não apenas são foco de uma série de doenças humanas, mas também afetam a produção agropecuária, por exemplo. E o físico Celso Melo enfatizou a qualidade da ciência brasileira, cada vez mais forte não apenas internacionalmente, mas também tem se mostrado em nível elevado em diferentes pontos do país. "E onde está nossa agenda científica?", questionou. Ponderou em seguida: "Ao mesmo tempo em que fazemos ciência de fronteira, precisamos nos debruçar sobre os problemas do país. E o que um físico está fazendo aqui? É porque cada vez mais uma característica da ciência moderna é ser interdisciplinar", comentou. E exemplificou com o projeto de nanotecnologia que estão desenvolvendo na UFPE. Estamos integrando conhecimentos de diferentes áreas, como colegas da saúde e da biologia, na resolução de problemas como a dengue."

Veja a programação completa do workshop no site da Academia Brasileira de Ciências: http://www.abc.org.br/

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