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Publicado em: 03/04/2008
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Novos agentes para a limpeza de águas poluídas por metais pesados

Vinicius Zepeda

 Divulgação/ PUC-Rio

   
  Pó de casca de coco verde: 400 mil toneladas
   anuais em busca de novas formas de uso

Durante os últimos anos, o uso de agentes ambientalmente amigáveis – como fungos, leveduras, algas marinhas e resíduos industriais (bagaço de cana, pó de osso, casca de arroz, palha, por exemplo) – na limpeza de águas poluídas tem sido pesquisado em todo o mundo. É o que afirma Maurício Leonardo Torem, professor e pesquisador do Departamento de Ciências dos Materiais e Metalurgia (DCMM) da PUC-Rio. Ele e sua equipe desenvolveram um estudo sobre o uso de pó de casca de coco verde (Cocus nucifera) e do microorganismo Rhodococcus opacus para a remoção de metais pesados em águas residuárias da indústria minero-metalúrgica. A pesquisa tem apoio do edital Cientistas do Nosso Estado, da FAPERJ.

 

O despejo de metais pesados em águas causa graves problemas de saúde e doenças, até fatais, como o câncer. No trabalho desenvolvido na PUC-Rio foram verificadas as propriedades das duas substâncias estudadas. Para isso, foram realizadas análises eletrocinéticas (de potencial de atração de elétrons), espectroscopia de infravermelho e microscopia eletrônica e análises do potencial de absorção de metais como cromo, cádmio, cobre, zinco e chumbo por parte do pó de casca de coco verde e do Rhodococcus opacus.

 

Para Maurício Torem, a escolha do pó de casca de coco verde se deveu à busca de uma solução para despejos líquidos orgânicos encontrados em abundância no país. “São cerca de 400 mil toneladas anuais em busca de novas formas de reaproveitamento”, explica Torem. Já o Rhodococcus opacus foi escolhido devido ao baixo preço de uma cultura in natura (as chamadas cepas); e a facilidade de cultivá-las. “O R. opacus se alimenta de glicose, levedura, extrato de carne e extrato de malte, produtos de fácil acesso e baratos”, acrescenta o pesquisador.

 

O novo processo apresenta vantagens em relação aos métodos industriais tradicionais, como a filtragem, a centrifugação e a precipitação química. ”Em geral, estes métodos empregam solventes, tóxicos para quem os manipula, e começam a ficar caros quando a concentração de metais em relação ao volume de água é baixa”, alerta ele.

 

Combinar o método de bioflotação com a biossorção foi a solução encontrada pelos pesquisadores. A biossorção resume-se em atrair íons de metais pesados presentes na água. Um processo usado pela indústria há mais de cem anos, a bioflotação consiste em passar uma corrente de ar por um líquido com um reagente bioquímico. “Neste processo é essencial que seja produzida uma espuma. Nela fica agregada a substância a ser descartada”, explica Torem. Neste ponto, ele destaca outras vantagens do Rhodococcus opacus como: hidrofobicidade (ele não se mistura à água, fica em sua superfície), não causa doenças, e tem um potencial enorme para produzir espuma”, acrescenta.

 

No caso da biossorção, empregando Rhodococcus opacus, a capacidade máxima foi de 94,3, 72,9 e 32,2 (mg/g) para o chumbo, cromo e cobre, respectivamente. Na bioflotação, verificou-se que o microorganismo apresenta resultados promissores como coletor e espumante, obtendo-se percentagens de remoção de chumbo, cromo e cobre de 94%, 54% e 43%, respectivamente. ”Os resultados apresentados mostram seu grande potencial para a remoção de metais pesados”, conclui.

 

Já o pó de casca de coco verde (Cocos nucifera) foi verificado como um adsorvente (fixador de moléculas extraídas em sua superfície) eficaz e promissor no tratamento de efluentes contendo cádmio, cromo e cobre. “A eficiência do processo de remoção foi de 90%, 86% e 99% para o cádmio, cromo e cobre, respectivamente”, recorda o pesquisador.

 

A pesquisa faz parte dos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos desde os anos 90 no DCMM para a busca de solução para o tratamento de águas poluídas por despejos líquidos industriais. No final de 2003, Torem submeteu um projeto de pesquisa à FAPERJ, sendo contemplado, em 2004, no edital Cientistas do Nosso Estado. “De 2004 a 2006, o apoio da Fundação foi o ponta-pé inicial das nossas pesquisas com o uso do pó de casca de coco verde e do Rhodococcus opacus”, recorda.

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