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Publicado em: 06/12/2007
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Tecnologia reduziria custos de drogas para Aids, câncer e hemofilia

Vinicius Zepeda

 Planeta Coppe

     
   Leda dos Reis Castilho: pesquisa diminuirá
   custos de importação com medicamentos
 
Uma nova tecnologia nacional, que usa células animais para a produção em escala industrial de biofármacos – medicamentos baseados em proteínas recombinantes que podem ser empregados no tratamento de enfermidades que atingem grande parte da população, como hemofilia, Aids e câncer – pode representar uma enorme economia para a saúde em todo o Brasil. A pesquisa, intitulada “Expressão, Produção e Purificação de Biofármacos Obtidos através do Cultivo de Células Animais”, foi um dos seis projetos agraciados entre os mais de 1.500 participantes da terceira edição do Prêmio Santander Banespa de Ciência e Inovação. A cerimônia foi realizada em Brasília, no dia 29 de novembro. O projeto conta com o apoio do edital Jovem Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, e é coordenado pela engenheira química e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Leda dos Reis Castilho, que receberá como prêmio R$ 50 mil para serem aplicados em sua pesquisa.

Realizado anualmente desde 2005, o Prêmio Santander Banespa de Ciência e Inovação é destinado a premiar projetos de pesquisa científica que promovam soluções inovadoras nas áreas de indústria, tecnologia, serviços e responsabilidade social. O objetivo do prêmio é incentivar a produção científica no Brasil através do apoio à interação entre instituições de pesquisa e setor empresarial. Para a pesquisadora Leda Castilho, o prêmio vai servir para aumentar a motivação dos alunos envolvidos no projeto e valorizar ainda mais o trabalho desenvolvido. “Nossa equipe é grande, com vários alunos jovens e motivados. Este é um projeto em que acreditamos muito e que vai gerar um grande retorno para a sociedade”, explica.

A pesquisa de Leda Castilho é desenvolvida no Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC) da COPPE/UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-graduação em Engenharia da UFRJ), que coordena. Segundo a pesquisadora, o projeto visa desenvolver a produção do biofármaco G-CSF – que estimula a produção de glóbulos brancos e é essencial como coadjuvante no tratamento de doenças como Aids e câncer – e do fator IX recombinante, proteína que atua na coagulação do sangue e é essencial para o tratamento da hemofilia B. Como o Brasil não tem tecnologia para a produção desses dois produtos, só na importação deles, o governo gasta anualmente dezenas de milhões de reais. “Com a tecnologia nacional, estima-se que os custos devam ser reduzidos a cerca da metade, o que representará uma enorme economia aos cofres públicos”, explica a pesquisadora.

A expectativa é de que a tecnologia para produção destes dois fatores esteja disponível nos próximos três anos. O método consiste em modificar geneticamente células animais para produzirem a proteína humana com aplicação terapêutica. “O alto custo desses medicamentos se deve ao fato de o Brasil não produzi-los em escala industrial. A produção nos dias de hoje está concentrada nas mãos de apenas cerca de dez países em todo o mundo, com destaque para Alemanha, Estados Unidos e Japão”, afirma Leda.

A pesquisadora lembra ainda que a premiação de seu projeto é fruto de um trabalho desenvolvido na UFRJ desde que o laboratório foi criado, em 2003. “Daquela época para cá, recebi diversos apoios em editais da FAPERJ, que me possibilitaram realizar diversos estudos no LECC. Atualmente, estamos mais avançados nos projetos relativos ao G-CSF e ao fator IX. Em nosso laboratório trabalhamos também na elaboração de outros biofármacos e de vacinas, com a finalidade de desenvolver tecnologias que possam ser implementadas em escala industrial”, acrescenta Leda.

A pesquisadora menciona ainda outras parcerias que o LECC mantém com a Fiocruz (Fundação Instituto Oswaldo Cruz) e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), entre outras. “Com a Fiocruz, por exemplo, desenvolvemos uma tecnologia para a produção de uma vacina inativada contra a febre amarela, a partir de células animais cultivadas em biorreatores”, explica.

Segundo Leda Castilho, os projetos do LECC contribuirão para colocar o Brasil no seleto grupo dos países que produzem biofármacos em escala industrial. “Os gastos públicos anuais do Brasil com a importação destes medicamentos – incluindo o G-CSF e o fator IX – são estimados em mais de R$ 1,5 bilhão. Com as tecnologias, buscamos reduzir sensivelmente estes gastos e aumentar o atendimento à população”, conclui a pesquisadora.

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