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Publicado em: 25/10/2007
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Tecnologia nacional leva inovação ao setor de navegação marítima

Vinicius Zepeda

                                 Divulgação

        

    Protótipo do IDP em uso no
    simulador do Ciaga, no Rio

Um novo equipamento desenvolvido para embarcações de apoio a plataformas de petróleo e navios mercantes promete criar uma tsunami na navegação marítima mundial. De acordo com um dos seus idealizadores, o matemático Anselmo Pontes, diretor da Symmetry, a tecnologia é inédita no planeta e totalmente nacional. Criado pela empresa carioca Symmetry, o Sistema de Posicionamento Dinâmico Inteligente (IDP) usa uma tecnologia exclusiva: o algoritmo adaptativo – princípio de inteligência artificial que torna o sistema capaz de aprender o comportamento do navio e se autocalibrar continuamente, proporcionando uma navegação ideal em quaisquer condições de mar. O projeto de certificação para a exportação do IDP perante um órgão classificador internacional conta com o apoio do edital Rio Inovação II, da FAPERJ.

“Os aparelhos disponíveis para orientar os navios, os antigos DPs (Sistemas de Posicionamento Dinâmicos), usam o princípio da modelagem hidrodinâmica – em que as condições de navegação são elaboradas de maneira fixa na busca pelo menor erro possível, mas ficam sempre vulneráveis a enganos, devido à imprevisibilidade do mar”, explica Pontes. O matemático formado pela Universidade de Wisconsin, Estados Unidos, ainda chama a atenção para a forma de funcionamento dos antigos aparelhos. “Eles são orientados segundo as condições ideais do mar e de maneira imutável, quando o mar fica mais forte, eles ficam sujeitos a erros. Além disso, sofrem com mudanças como o acúmulo de craca nos cascos e variação do lastro da embarcação”, descreve. “Com o tempo, tanto o casco quanto as máquinas se degradam e o DP passa a não ser mais eficiente”, acrescenta.

Anselmo Pontes destaca ainda o fato de o IDP ser desenvolvido com tecnologia nacional, tanto nas peças de reposição (hardware) quanto no sistema operacional Preciselay (software para navegação marítima). Em conseqüência, o custo de manutenção torna-se mais baixo. O preço de venda também gira em torno de menos da metade dos modelos tradicionais (US$ 160 mil). “Outra diferença é que os tipos hidrodinâmicos não podem ser removidos de uma embarcação à outra. E não se prestam a reajustes caso haja um aparelho novo no navio. O nosso IDP, ao contrário, permite tudo isso”, acrescenta o matemático.

A aplicação de DPs em barcos de apoio off-shore, ou seja, para auxiliar plataformas de petróleo, passou a ser exigido em várias licitações da Petrobras, devido ao risco de colisão. Com a aprovação do novo aparelho, o Brasil passará a ser credenciado para disputar um mercado dominado por três empresas internacionais: a norueguesa Kongsberg, a inglesa Converteam e a americana L3.

Divulgação 
 
O navio Célia, uma das embarcações de apoio
  a plataformas de petróleo que utiliza o IDP
Além do princípio de inteligência artificial do algoritmo adaptativo, o IDP emprega DGPS, bússola giroscópica, sistemas de posicionamento a laser e hidroacústico. Atualmente, os IDPs estão instalados em quatro navios de apoio a plataformas de petróleo do país: o Marabá, o Célia, o Diana e o Manoela e no simulador do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (Ciaga), centro de instrução da Marinha no Rio voltado para o treinamento de civis da marinha mercante. Na Argentina, há um IDP ligado a um comboio fluvial no empurrador Don Kasbergen. “Neste caso, o IDP se comunica com os propulsores via rádio, ligando o navio que empurra as cargas aos outros, e faz uma leitura única do todo”, afirma Anselmo Pontes.

No caso do comboio argentino, o diretor-presidente da Symmetry sublinha as vantagens para este tipo de transporte. “Os comboios fluviais normalmente paravam de navegar de noite, tinham problemas quando passavam embaixo de pontes e dificuldades para o deslocamento em curvas e locais estreitos”, recorda Pontes. “Ocasionalmente, eles corriam até o risco de encalhar. Com o IDP, esses problemas tornam-se muito mais raros e a navegação mais segura”, acrescenta.

A primeira etapa de certificação para licenciamento de exportação internacional já foi completada. Anselmo Pontes espera que em mais seis meses todas as etapas necessárias já estejam concluídas. “Entraremos para competir no mercado interno e externo com um produto inédito e com uma série de vantagens em relação aos concorrentes. Isto porque o IDP foi desenvolvido com tecnologia de ponta em 2003 e os outros na década de 80”, recorda o matemático. “O Brasil passará, então, a ser vanguarda numa área que antes apenas era importador e nossa tecnologia servirá para orientar a criação de futuros aparelhos para a navegação mundial”, profetiza.

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