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Publicado em: 13/09/2007
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Encontrados fósseis de mamíferos do período quaternário

Vilma Homero

Divulgação UniRio

    
Em Sumidouro, a equipe de Leonardo Avilla espera
chegar à descoberta de novos fósseis de animais
Dois fósseis de mamíferos do Período Quaternário (de 1,5 milhão a 5 mil anos atrás), descobertos recentemente pela equipe de pesquisadores do Laboratório de Mastozoologia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Lamas/UniRio), movimentam a paleontologia fluminense. O molar de um Toxodon platensis, mamífero de grande porte já extinto, e um segundo dente, de um roedor, abrem perspectivas de novos achados na região do município de Sumidouro e adjacências. Segundo o coordenador da pesquisa, o paleozoólogo Leonardo Santos Avilla, é a primeira vez que mamíferos fósseis são encontrados em cavernas no estado, onde não houve nenhum outro achado nos últimos 25 anos.

"São descobertas importantes, que devem despertar o interesse de outros pesquisadores pela região. Com isso, a paleontologia ganha um novo impulso no Rio de Janeiro", entusiasma-se o pesquisador do Instituto Virtual de Paleontologia da FAPERJ. O interesse do próprio Leonardo surgiu depois de conhecer os achados de outro estudioso, Carlos de Paula Couto, falecido em 1982, meses depois de encontrar uma série de placas da carapaça de um tatu gigante extinto no município de Cantagalo, na região serrana do estado.

Com o projeto intitulado "Sistemática e evolução dos mamíferos nativos e invasores da América do Sul", Leonardo procura desvendar as razões para a extinção e sobrevivência de mamíferos no continente durante o Pleistoceno, período popularmente conhecido como Era do Gelo. Para isso, o pesquisador conta com uma equipe de 12 estagiários de Iniciação Científica, todos estudantes de graduação em Biologia, e com eles vem empreendendo expedições em toda a área que compreende o município de Sumidouro e regiões vizinhas.

"Desde o início, temos contado com o apoio da prefeitura municipal de Sumidouro, o que tem sido fundamental para nossas pesquisas. Eles têm compreendido o quanto esses achados são importantes para a cidade, em termos sociais, culturais e turísticos", diz.

 Divulgação UniRio
 
 Molar de um roedor ainda não identificado
O primeiro fóssil, o molar de roedor ainda não identificado, foi achado na caverna conhecida como Ceci e Peri – numa alusão aos personagens do romance O Guarani, de José de Alencar – que fica às margens do Rio Paquequer. "Pelas informações que já conseguimos levantar em laboratório, muito provavelmente o animal não morreu no mesmo lugar em que foi encontrado fossilizado, mas que deve ter tido o corpo levado pela correnteza do rio Paquequer até aquela caverna", explica.

O segundo achado foi registrado numa caverna até então desconhecida, na base da Pedra de Santa Rita, na localidade de Campo Leal. Nela, foi encontrado o dente molar de um Toxodon platensis, mamífero já extinto semelhante a um hipopótamo. Em razão do achado, a caverna foi batizada pelos pesquisadores como Toca do Toxodonte. Eles também acreditam que o Toxodon tenha morrido em local diferente de onde foi descoberto. "O molar apresenta marcas, que podem ter sido feitas pelos dentes de outro animal", esclarece.

 Divulgação UniRio

 
   Dente de um Toxodon platensis, mamífero
   extinto semelhante a um hipopótamo

Segundo o pesquisador, o cenário de toda a área do estado do Rio de Janeiro, durante o período Pleistoceno, era povoado por preguiças e tatus gigantes, e mastodontes aparentados aos atuais elefantes. "Em sua maioria, muito provavelmente em função de mudanças climáticas, os animais de grande porte acabaram extintos. Subtraindo-se essa megafauna, os mamíferos que hoje povoam o país são os mesmos que existiam naquela época", explica Leonardo.

Mas o projeto continua. "Pretendemos seguir estudando essas e outras cavernas da região, realizando expedições mensais e aplicando metodologias sistemáticas de coleta para obter dados que nos revelem como eram e como viviam os animais pré-históricos de toda aquela área", conclui.

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