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Publicado em: 04/08/2003
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Resíduo zero para refinarias

Marina Lemle

 

Os resíduos das refinarias de petróleo são um problema ambiental. Não é fácil se desfazer do material poluente.

 

Tradicionalmente, o tratamento dos efluentes oleosos é feito com sistemas separadores água-óleo, que deixam no fundo dos tanques uma lama oleosa. Caso não sejam tomados os devidos cuidados para a disposição final desta lama, ela pode contaminar o ambiente. Até pouco tempo atrás, a lama muitas vezes era depositada em aterros sanitários inadequados ou estocada em tambores de ferro que degradam e vazam, contaminando o solo local.

 

Tal forma de manipulação do resíduo oleoso ainda é precária, obtendo-se um grande volume de lama de óleo com elevado teor de água.

 

A lama oleosa contém em torno de 80% de água. Para reduzir de forma econômica o volume de lama, o doutor em geotecnia Marcos Barreto de Mendonça inventou um sistema de desidratação em leito de secagem com filtro geotêxtil. O projeto foi desenvolvido pela Terrae Engenharia, empresa egressa da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, com apoio do programa Tecnologia na Pequena Empresa (TPE), da FAPERJ.

 

Segundo Mendonça, o leito de secagem não é novidade no tratamento de alguns resíduos como lodo de esgoto, mas o leito convencional é feito com filtro de areia e brita. Enquanto o filtro geotêxtil tem a espessura de poucos milímetros, o de areia apresenta normalmente dezenas de centímetros de espessura. Nos testes nos laboratórios da Escola de Química da UFRJ, a areia foi trocada por um filtro sintético comumente utilizado na engenharia civil. “O volume do resíduo reduz cerca de 45%”, afirma o pesquisador.

 

Mas as vantagens do leito de secagem não param aí. Mendonça explica que, após a redução, o resíduo pode ser usado como combustível alternativo para fornos industriais (co-processamento), evitando os passivos ambientais relacionados à disposição do resíduo e proporcionando economia para as indústrias que utilizam alto-fornos, como as de cimento e cerâmica. “Com o co-processamento, o circuito produtivo fecha com resíduo zero”, diz.

 

Mesmo que a lama não possa ser utilizada no co-processamento, o especialista explica que a desidratação proporcionaria uma redução de volume do resíduo final a ser descartado, minimizando os danos ambientais e os custos do descarte.

 

Para simular a desidratação da lama, a equipe de Mendonça fez testes em permeâmetros utilizando quatro tipos de filtros, sendo três geotêxteis e um de areia. Os pemeâmetros foram construídos em PVC, com 10 cm de diâmetro e 60 cm de altura. A lama era despejada pelo topo e iniciava-se o monitoramento dos ensaios.

 

O desempenho dos quatro filtros foi similar. Além da redução do volume de resíduo a ser descartado, o sistema se mostrou satisfatório na retenção de óleos e graxas, permitindo o tratamento convencional dos efluentes. Os resultados indicaram também a possibilidade de reutilização dos filtros após a remoção do material retido.

 

O trabalho será apresentado no Ninth International Waste Management and Landfill Symposium, em outubro, na Sardenha, Itália.

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