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Publicado em: 19/07/2007
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A bacia do Rio Amazonas antes da existência dos dinossauros

Vinicius Zepeda

Vinicius Zepeda 

 

 Ana Carolina participou
da
59 SBPC, em Belém 


Há 385 milhões de anos, quando ainda nem existiam dinossauros, a Terra era habitada por invertebrados e os mares ocupavam grande parte dos continentes. Nesse período, chamado Devoniano, a bacia do Amazonas fazia parte de um grande continente, o Gondwana, formado pelo Brasil, África, Antártida e Austrália. É essa fase da pré-história que desperta o interesse de Ana Carolina Gelmini de Faria, estudante do penúltimo período de Museologia. Com apoio da FAPERJ, ela faz parte de uma pesquisa de Iniciação Científica (IC) sobre a formação Ererê, que ocupava toda a bacia do Amazonas, antes da existência dos dinossauros.

Curiosidade e iniciativa própria são características marcantes na personalidade de Carolina. Nos primeiros períodos da faculdade, estagiou como voluntária na catalogação da coleção paleontológica da universidade. Além disso, entre os dias 9 e 13 deste mês, ela esteve em Belém participando da 59 Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência), evento a que compareceu pela primeira vez. "Vi na internet que eles estavam inscrevendo trabalhos para a 14 Jornada Nacional de Iniciação Científica da SBPC e submeti o meu, um estudo sobre uma outra formação do período Devoniano, a Maecuru. Tive total apoio e suporte da minha orientadora. Fui selecionada e depois conseguimos que a faculdade custeasse minha passagem", recorda.

Material reunido servirá para produção de livro paradidático infanto-juvenil

Seu trabalho vem sendo desenvolvido no Laboratório de Estudos de Comunidades Paleozóicas (LECP/UniRio), sob a orientação da professora doutora Deusana Maria da Costa Machado. "Quando fiz a disciplina de Paleontologia - ramo das ciências naturais que através de seu objeto de estudo, os fósseis (restos ou vestígios de organismos), reconstitui diferentes momentos da história da Terra - resolvi me aprofundar nessa área. Foi então que a professora me convidou para participar dos trabalhos no LECP. Depois conseguimos uma bolsa de IC pela FAPERJ", recorda. Seu objetivo é reunir informações sobre a formação Ererê e divulgar a história da bacia do Amazonas. Todo o material reunido será transformado em um livro, a ser distribuído em bibliotecas e escolas públicas do estado para auxiliar na educação de crianças e adolescentes.

 Divulgação

   

   Tirinhas de história em quadrinhos servirão de suporte para a composição do livro de Ana
   Carolina Gelmini de Faria. A seqüência acima mostra as etapas de fossilização de um peixe
 

Atualmente, Ana Carolina está terminando de catalogar e selecionar dados para elaborar a narrativa do livro, que além de fotos e ilustrações, ainda terá desenhos e brincadeiras para estimular a aprendizagem. "Na formação Ererê, o avanço do mar, o que chamamos de transgressão marinha, se instalou definitivamente em terra, favorecendo um ambiente com características diferentes e o surgimento de espécies de invertebrados marinhos, compostas por braquiópodes; moluscos; trilobita, animal marinho que descendia dos artrópodes e possuía corpo mole e carapaça dura insolúvel na água; crinóides, classe mais antiga de equinodermos e que existiam em grande quantidade na formação Ererê", explica a estudante, mostrando que já domina a terminologia do curso.

   Acervo UniRio 

      
   Fóssil de trilobita, animal marinho de corpo mole
  e carapaça dura, insolúvel em água, que o protegia
De acordo com Carolina, associando-se informações é possível reconstituir o ambiente e os organismos que habitavam determinada localidade no tempo geológico analisado, principalmente por meio de estudos sistemáticos de dados paleocológicos e paleoambientais. "A formação Ererê ocorre principalmente em sub-superfície, aflorando ao longo das margens norte e sul da bacia. O seu registro de fósseis ocorre em diversos tipos de rochas sedimentares, porém com maior abundância na base da formação, que é composto por tempestitos, que são depósitos de tempestades", acrescenta.

O sonho de Carolina é ser professora universitária. Ela pretende tentar mestrado logo após a faculdade e em seguida fazer doutorado. Apaixonada pelo curso que escolheu, ela expõe seus argumentos para futuros ou recém-universitários ainda em dúvida. "A Museologia é uma carreira interdisciplinar, que permite ampliar o conhecimento em várias áreas distintas, como a artística, a cultural e a das ciências naturais. Além disso, é um campo mais do que nunca em expansão, não só no Brasil, onde a questão da preservação da memória cultural e do patrimônio nacional – elementos que constituem a riqueza do país – estão em evidência, como no mundo todo. Basta ver os modernos museus virtuais de ciências e as diversas iniciativas de divulgação científica que têm se expandido pelo país", conclui a estudante.

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