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Publicado em: 12/07/2007
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A Amazônia sob os holofotes na 59ª Reunião Anual da SBPC

Vinicius Zepeda

 Vinicius Zepeda

 
  Estande da FAPERJ na 59 Reunião Anual da SBPC


A 59 Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que este ano está sendo realizada na cidade de Belém, levou um expressivo número de expoentes da pesquisa brasileira à região Norte do país. Na capital paraense, é a Amazônia que está sob os refletores: o evento, considerado um dos mais importantes acontecimentos científicos do Hemisfério Sul, colocou a maior floresta tropical do planeta no topo das prioridades para a pesquisa em ciência e tecnologia no país. Em sua nona participação no evento, a FAPERJ ocupa os estandes 59 e 72 da Exposição de Tecnologia e Ciência (ExpoT&C). Ausente em 2006, a Fundação traz como principal novidade um espaço reservado em seu estande para que pesquisadores e autoridades possam realizar encontros e mini-reuniões com seus pares e representantes da instituição. A Reunião Anual da SBPC termina nesta sexta-feira, dia 13 de julho.


No início da semana, a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, visitou o estande, onde foi recebida pelo diretor-presidente da FAPERJ, Ruy Marques, que esteve em Belém para a reunião do Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa). Ele presenteou a governadora com obras publicadas com o apoio da agência de fomento à pesquisa fluminense e colocou-se à disposição de Ana Júlia Carepa no auxílio à construção da FAP paraense, que em breve deverá apoiar a comunidade científica daquele estado. A governadora disse saber das promissoras perspectivas de desempenho da FAPERJ neste ano de 2007, em razão da prioridade que o secretário estadual de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Cardoso, vem dedicando a toda comunidade científica fluminense.

Confap realiza reunião paralela e apóia criação de FAP paraense

Paralelamente à Reunião Anual da SBPC, foi realizada, nos dias 9 e 10, reunião do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). Agendada também com o objetivo de incentivar as autoridades locais a criar uma FAP (Fundação de Amparo à Pesquisa) no Estado do Pará, a iniciativa teve efeito mesmo antes do início dos trabalhos, já que a governadora Ana Júlia anunciou na solenidade oficial de abertura da reunião da SPBC, a criação de uma FAP paraense, bem como a da Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia.

Uma conferência do governador do Estado do Amazonas inaugurou os debates do primeiro dia da Confap. Eduardo Braga falou sobre os investimentos feitos no seu estado na área de C&T e explicou que o modelo de desenvolvimento que está implantando na Amazônia é centrado em quatro fundamentos: econômico, social, ambiental e tecnológico. “O dia de hoje é histórico para a Amazônia. Inauguramos o primeiro curso de capacitação profissional de jovens em 300 escolas do interior do estado. O projeto, voltado para o ensino médio rural, vai trazer conhecimento para 10 mil jovens através de aulas por IP/TV banda larga digital”, declarou com orgulho. “Entretanto, ainda não posso deixar de me indignar com o fato de que anualmente 5% da população do estado ainda é contaminada por malária, doença praticamente erradicada no resto do país”, completou o governador.

Ao fim da palestra de Braga, o presidente do CNPq, Marco Antônio Zago, elogiou as iniciativas de Eduardo Braga na área de C&T e também a forma clara e precisa com que conduziu sua apresentação, em discurso bastante afinado com as estratégias de dirigentes das agências de fomento à pesquisa do país. O presidente do Confap, Odenildo Teixeira Sena, que ocupa igualmente a presidência Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas), ressaltou o apoio da comunidade científica à agência e também à Sect-Amazonas (Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Amazonas). “Passados quatro anos e meio de nossa criação, não conheço um pesquisador de nosso estado que tenha algo a reclamar dessas instituições”, afirmou. Além disso, Odenildo destacou a importância do Programa Jovem Cientista Amazônico (JCA), desenvolvido pela Fapeam. “O objetivo do JCA é estar atento às agendas locais de pesquisa para incentivar a formação de jovens pesquisadores”, complementou.

Ao final de sua apresentação, Sena propôs ao secretário-executivo do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Luis Elias, a inclusão do Confap no Conselho Diretor do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O projeto de lei de regulamentação do FNDCT não contempla nem o Confap e nem o Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti). Elias sinalizou, entretanto, que a inclusão das duas instâncias no Conselho Diretor do FNDCT poderá ser discutida durante a tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional. Presidentes e diretores de FAPs cobraram tanto de Luis Elias quanto do titutar do CNPq a necessidade de descentralização de investimentos e a participação efetiva dos estados nas decisões sobre as prioridades do setor de C&T no país.

No segundo dia do programa do Confap, Patrícia Brant Monteiro, diretora da área de ciências biológicas e agrárias da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) apresentou a palestra Fapesp 45 anos – a experiência que deve ser imitada e abriu espaço para debates com integrantes de outras FAPs. A atuação da Fapesp foi muito elogiada por todos os presidentes de FAPs e considerada, em muitos pontos, um exemplo a ser seguido.

Abertura do evento contou com a presença de dois governadores da região

 Vinicius Zepeda
           
  Ruy Marques (à esq.) reuniu-se com o recém-
eleito presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp
A abertura oficial da Reunião Anual no domingo, dia 8 de julho, foi feita pelo reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Alex Bolonha Fiúza de Melo. Ele ressaltou a importância de considerar que a Amazônia não é só a floresta, mas que nela vivem 20 milhões de brasileiros. Fiúza de Melo afirmou que “não se defende a Amazônia só com a preservação, mas sim com o conhecimento”. O governador do Amazonas, Eduardo Braga, disse que muito se fala sobre a Amazônia, mas que, em contraste, pouco se discute sobre o povo da Amazônia. E acrescentou: “Fala-se muito em preservação ambiental, mas pouco sobre o  desenvolvimento sustentável da Amazônia.” Ele ressaltou a importância de aumentar o número de mestres e doutores na região, principalmente através de um incentivo a sua formação local.

Na mesma ocasião, Jorge de Almeida Guimarães, presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que representou o Ministro da Educação, Fernando Haddad, na solenidade, destacou em seu discurso os investimentos que a Capes começará a fazer na formação de docentes – principalmente para o ensino fundamental –, além do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para a região Amazônica. O presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico), Marco Antonio Zago, representou o Ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende.

O foco central dos palestrantes na noite de abertura do evento foi o desenvolvimento sustentável da Amazônia, que deve ser baseado em forte investimento em Ciência, Tecnologia e Inovação. O futuro presidente da SBPC, Marco Antônio Raupp, que assumirá o cargo no lugar de Ennio Candotti após a reunião, anunciou que a Reunião Anual de 2009 também será realizada na região amazônica, em Manaus. O vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Herman Chaimovich, ressaltou a atuação conjunta das duas associações irmãs, SBPC e ABC, e lembrou a primeira Reunião Anual realizada naquele estado, há 24 anos. “Os problemas levantados à época continuam à espera de uma solução. Faço votos de que a futura geração aqui presente possa, dentro de 25 anos, levantar outros problemas, pois os atuais já terão sido solucionados”, disse.

O homenageado na abertura foi o jornalista paraense Lucio Flavio de Faria Pinto, que há anos vem defendendo em jornais e revistas a preservação da floresta e seu uso racional. Sua militância em defesa do meio ambiente, denunciando atividades ilegais na região, já lhe custou mais de uma dezena de processos. "Temos o compromisso de não ser vítimas da fatalidade de um conhecimento que vem de fora para dentro e não se converte em riquezas para a região", disse.

Na penúltima fala da noite, o presidente da SBPC, Ennio Candotti, defendeu maior atuação de universidades e institutos de pesquisa na fiscalização e regulamentação da preservação ambiental, em ação conjunta com as atuais agências reguladoras. Segundo disse, esta seria uma forma de desburocratizar a pesquisa, começando a inverter a relação atual, em que 70% dos estudos sobre a Amazônia são feitos por estrangeiros que não trabalham no país, e 30% por brasileiros e estrangeiros de instituições nacionais. Ele lembrou o caso do holandês Marc van Roosmalen que, trabalhando em instituição nacional, foi condenado recentemente pela justiça brasileira por não seguir determinadas normas burocráticas de utilização de primatas para pesquisa.

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