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Publicado em: 05/07/2007

Agricultura familiar fluminense terá software com tecnologia de ponta

Vinicius Zepeda

Divulgação/Pronaf

Agricultura familiar: atividade responsável pela  renda de mais de 50 mil famílias no Estado do Rio

A agricultura familiar fluminense – que segundo dados da Emater-Rio (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro) é responsável pela renda de mais de 50 mil famílias no estado – em breve poderá contar com um forte aliado para incrementar sua produção. Trata-se do GeoAgro, software que combina informações sobre clima, características do solo, infra-estrutura existente, limites das propriedades e o histórico do que já foi plantado por pequenos e médios produtores rurais com mapas e imagens de satélite da região.O projeto, uma parceria da empresa K2 com a Emater e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), é apoiado pelo edital Rio Inovação II da FAPERJ

“A partir das informações reunidas pelo software é possível fazer um planejamento da produção destes agricultores, possibilitando incrementar a produção na agricultura”, afirma Carlos Henrique Levy, engenheiro elétrico, mestre em informática pela PUC - Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e um dos  diretores da Empresa K2 Sistemas.

Para Carlos Henrique Levy, o mais inovador no produto está na utilização da tecnologia de geoprocessamento (manipulação de mapas obtidos por fotos de satélites).“Através desta tecnologia, cujo uso por pequenos e médios produtores rurais ainda é considerado reduzido, será possível, além de analisar as pequenas propriedades individualmente, analisá-las como um todo integrado”, explica.

Primeira versão do software será testada pela Emater-Rio em setembro

Divulgação/K2 Sistemas

O software GeoAgro reúne um banco de dados on-line

Além de Levy, a equipe responsável pelo desenvolvimento do GeoAgro reúne colaboradores das mais distintas áreas de conhecimento. A equipe é multidisciplinar. Entre os participantes, deve-se destacar, duas pessoas da área de agronegócios, três da área de geoprocessamento, quatro da área de sistemas e o professor doutor em geografia pela PUC-Rio Felipe Guanaes. “Ao todo, nossa equipe conta com quatro integrantes com título de mestre”, orgulha-se o mestre em informática.

Atualmente, estão sendo desenvolvidos dois módulos que se integrarão quando o sistema estiver concluído. O primeiro, para tratamento dos mapas e imagens, utiliza o software Terralib, desenvolvido pelo Inpe, e a linguagem computacional Lua, desenvolvida na PUC-Rio. Já o segundo módulo compreende os processos de planejamento e controle da produção agrícola, dispondo de um banco de dados geográfico no qual estão armazenadas as informações de interesse para a gestão do processo produtivo. “Toda linguagem desenvolvida em nosso produto é 100% nacional e baseada em software livre, o que reduz bastante os custos de implementação do produto”, acrescenta Levy.

De 17 a 19 de julho, um protótipo do sistema será apresentado em São Paulo durante o 8� Congresso Internacional de Geoinformação. Já no mês de setembro, uma primeira versão do software será implantada na Emater-Rio para avaliação em seus escritórios. Segundo o diretor da K2, a comercialização do produto será feita por aluguel.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a estimativa de verbas para os anos de 2007/2008 pelo Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar (Pronaf) é de R$ 12 bilhões. Ainda segundo dados do MDA, no ano de 2005, 5.337 municípios do Brasil foram beneficiados pelo programa e, em 2004, um total de R$ 32 bilhões foram destinados à agricultura e pecuária familiares. O novo software é mais uma demonstração da harmonia e colaboração entre os governos estadual e federal.